O segredo por trás do sucesso da Zion Joias
Por Shantal Verdelho
Mais do que influenciadora, é também uma curadora de estilo de vida. À frente de um negócio familiar que une design, valor afetivo e propósito, prepara a marca Zion para a internacionalização.
10 de jul. de 2025
Não é exagero dizer que Shantal Verdelho personifica uma nova geração de empreendedoras que cruzam fronteiras entre influência digital, herança familiar e design autoral. Embora sua presença nas redes sociais amplifique tudo o que toca, é na marca de joias Zion, fundada com a mãe, Rovana, e a irmã, Raira, que reside seu projeto mais profundo e duradouro.

Shantal não se apresenta como designer. Quem assina os traços das joias é sua mãe, formada na faculdade Belas Artes, enquanto ela assume o papel de curadora: alguém que guia, conecta e transmite significado. E é exatamente isso que a Zion entrega: joias com identidade própria, feitas 80% em design exclusivo e com produção nacional, peças que não se encontram em vitrines convencionais.
Mas o que torna cada joia única vai além da estética. “Nada feito sem propósito prospera”, diz Shantal. Por trás de cada criação há uma filosofia que guia a marca: a de saber amar. Amar, para ela, é um processo de evolução — e as joias, um veículo para transmitir essa ideia. É sobre deixar marcas na trajetória de quem escolhe usá-las.
Atualmente, Shantal cuida do marketing e estratégia, Rovana é responsável pelos designs, e Raíra gerencia as operações e finanças. Entretanto, como toda empresa familiar, o começo exigiu ajustes. Com as três como sócias, discussões iniciais foram inevitáveis até que um sistema democrático se impusesse: “a maioria vence”. Assim funcionam hoje as decisões de todos os segmentos. Uma governança simples, mas eficaz, que mantém a dinâmica fluida.
Na visão de Shantal, uma joia é patrimônio, não impulso. O comportamento de compra segue essa lógica: é pensado, esperado, quase ritualístico. Por isso, a prata cumpre um papel estratégico — torna o design ousado acessível, sem abrir mão do conceito. Um exemplo direto é o anel Little Finger, campeão de vendas. Com uma grande e visível diferença de valor, a joia custa R$ 650 em prata e R$ 9.600 em ouro.

A Zion, por princípio, trabalha exclusivamente com ouro 18 quilates e pedras naturais, um padrão que reforça sua atemporalidade. E mesmo em um cenário competitivo, o diferencial se mantém claro: quem compra uma joia da Zion não adquire apenas um objeto — leva consigo uma história. "Hoje, as marcas precisam contar algo", diz Shantal. "As pessoas querem saber quem está por trás, qual é o sonho, qual é o propósito."
Com crescimento sólido e presença digital estratégica, a marca agora mira o cenário internacional. Franquias estão fora de questão, uma vez que o estoque exigido tornaria a operação arriscada demais. Mas pop-ups no verão europeu e ativações globais estão em estudo. A ideia é expandir sem diluir a essência.
O futuro da Zion está sendo lapidado com o mesmo cuidado que se dedica a uma pedra rara. E Shantal, entre posts e propósitos, entre família e negócios, continua fazendo exatamente o que propõe.