Push Matcha Latte: a febre do matcha chegou ao Brasil e vai faturar R$ 7 milhões esse ano
Por Bruno Rohlfs
O Push Matcha Latte representa um marco: a consolidação do matcha como um novo pilar da cultura wellness nacional.
10 de out. de 2025
O matcha nunca esteve tão em alta. Mas transformar o pó verde japonês em um produto de consumo de massa — funcional, saboroso e financeiramente viável — era o verdadeiro desafio. O Push Matcha Latte, novo carro-chefe, nasce com essa missão: unir saúde, conveniência e estilo de vida em uma única embalagem.
“Queríamos democratizar o matcha”, resume Bruno Rohlfs, sócio fundador. “O latte é para quem nunca acertou o ponto, achava o gosto amargo ou simplesmente queria um substituto natural ao café.” O resultado: uma fórmula tecnicamente funcional e validada em laboratório, que entrega até 8 horas de energia, sem picos ou quedas bruscas.
Energia com propósito

O Push Matcha Latte combina matcha japonês premium com fibras, colina e vitaminas B, C e D. Cada dose oferece 66 mg de cafeína, 4–50 mg de L-teanina adicional e mais de 100 vezes a quantidade de antioxidantes do chá verde comum. É a sinergia entre cafeína e L-teanina que sustenta o claim de “energia prolongada”, fundamentado em estudos clínicos e pesquisas internacionais sobre matcha de alta qualidade.
“A ideia nunca foi competir com cafés energéticos tradicionais, mas criar uma nova categoria: a da energia inteligente”, explica. O resultado é uma bebida que ativa o foco sem causar ansiedade, com o mesmo efeito calmante que tornou o matcha símbolo de concentração nos templos zen japoneses.
Do Japão para São Paulo

A matéria-prima vem de três regiões do Japão — Uji, Mie e Shizuoka —, consideradas berços da melhor qualidade de matcha do mundo. A mistura final é feita em Barueri (SP), na mesma fábrica que atende marcas como a Z2, garantindo rastreabilidade e controle de qualidade em toda a cadeia.
A relação direta com fornecedores japoneses é um ativo estratégico. “Hoje, com a explosão da demanda global, os produtores estão super seletivos. É quase impossível ser aceito como novo cliente. Nosso relacionamento de anos com eles garante acesso às melhores safras.”
Portfólio
O portfólio da Push Matcha se divide em três frentes complementares, desenhadas para diferentes rituais de consumo.
O Push Matcha Latte (PML) assume o papel de produto-herói: prático, funcional e voltado para o cotidiano — do café da manhã ao pré-treino, passando por pausas de foco e trabalho. O Push Matcha Puro representa a origem japonesa e o consumo mais técnico, pensado para quem aprecia o ritual, a pureza e a intensidade do matcha. Já o Pow — que em breve será rebatizado como Push Matcha Zen Energy — ocupa o território das bebidas prontas para beber, voltadas a academias, escritórios e eventos, expandindo a presença da marca fora de casa.
Crescimento em velocidade recorde

Lançado há menos de três meses, o Push Matcha Latte já ultrapassou R$ 500 mil em vendas e representa mais de 50% da receita da empresa, com previsão de faturar R$ 7 milhões no primeiro ano de operação.
A taxa de recompra é um indicador raro no mercado: 37% dos clientes retornaram para uma nova compra. A performance levou a empresa a atingir EBITDA positivo de 15% pela primeira vez, com projeção de alcançar 20–25% até a metade de 2026.
Estratégia e canais
O foco do Push Matcha Latte é o e-commerce próprio, com presença complementar em Amazon, Mercado Livre e Trela. O plano inclui expansão para o varejo especializado “verde”, mantendo a margem saudável que diferencia o produto do Pow, que tem margens e prazos mais desafiadores.
“Enquanto o Pow exige capital de giro alto e ciclo de recebimento longo, o Latte tem fluxo positivo. Foi ele que nos fez virar a chave da rentabilidade.”
Além do público final, o Push Matcha já figura em programas de wellness corporativo e eventos esportivos. A marca patrocina o Ironman e fornece produtos para empresas como Google, Facebook e Bloomberg, que oferecem o matcha a seus funcionários.
Eventos de pilates, yoga e funcional training também são pontos estratégicos de sampling e awareness. “O trial físico é essencial. Quando a pessoa experimenta, a recompra acontece naturalmente.”
Rebranding
Após o rebranding de 2024, a marca assumiu uma estética mais sóbria e aspiracional — um diálogo direto com a Geração Z, mas também com públicos mais maduros. A decisão de retomar o nome Push Matcha (abandonando a divisão entre Push e Pow) reflete um retorno à origem: ser a marca referência em matcha no Brasil.
O foco agora é gerar caixa e não depender de novas rodadas de captação. Ainda assim, a empresa prepara uma nova rodada de R$ 4 milhões. A rodada anterior, de R$ 3 milhões (com investidores como Moriah e Georgios Frangulis, fundador da Oakberry), teve 65% alocados em COGS e 25% em
marketing — um aprendizado que guiou o reposicionamento do portfólio.
Visão de mercado

Apesar do sabor e do ritual de consumo, o Push Matcha Latte não compete com cafeterias — pelo contrário. “Hoje, se você pedir um matcha latte em São Paulo, há 90% de chance de estar tomando o nosso”, afirma o sócio. A marca fornece para endereços como Botanikafé, Adara, Cafézinn, We Coffee, Oakberry, Zé Latte, Santo Grão, Franz, Fornada, Track&Field Café, Viviane Wakuda, Casa Hario e dezenas de outros.
“Queremos ser para o matcha o que eles foram para o café: tornar o funcional acessível, gostoso e desejado”, resume.
Com versões de baunilha, morango e chocolate — que lembram o sabor de um toddy ou nesquik, com o toque herbal do matcha —, o Push Matcha Latte conquista até quem nunca imaginou gostar da bebida milenar japonesa.