Caruso, desde 1885: do charuto ao lifestyle
Por André Caruso
Desde 1885, a Caruso redefine o prazer de viver bem, transformando o ato de fumar um charuto em uma experiência de convivência e pertencimento.
12 de nov. de 2025

Fundada em 1885, a Caruso atravessou gerações preservando algo raro: transformar o ato de fumar em um modo de viver. Mais que charutaria, tornou-se um ecossistema de experiências onde história, curadoria e relações se encontram em torno de um mesmo ideal — celebrar o tempo, o prazer e a conversa.
A virada aconteceu na década de 2010, sob a liderança de André Caruso (quarta geração). O charuto deixou de ser apenas um produto para assumir um papel maior: conexão, estilo de vida, pertencimento. “Entendemos que não era só consumo; era experiência e encontro. Uma pausa consciente entre pessoas que valorizam o tempo”, diz André.
Em 2015, o Caruso Lounge abriu no Itaim Bibi. Com decoração de inspiração inglesa e mais de 800 m², tornou-se o maior do gênero da América do Sul. O conceito foi pioneiro ao unir a tradição da tabacaria a um espaço de convivência com assinatura mensal. Conta com bar e restaurante, salas privativas, barbearia retrô, alfaiataria, engraxate e concierge — um formato inédito que integrou lazer, networking e luxo em um só endereço.
Embora funcione como clube de associados, parte da casa permanece aberta ao público mediante entrada. A experiência completa — áreas privativas, serviços dedicados e eventos fechados — é reservada aos membros. Hoje, a comunidade reúne cerca de 1.200 associados e parceiros de prestígio, evidenciando a proposta: oferecer não apenas charutos, mas um repertório de convivência em ambiente refinado.
Em um mercado onde luxo costuma significar rotatividade, a Caruso se apoia na lealdade do público. “A exclusividade não está só no que vendemos, mas em como fazemos cada cliente se sentir em casa”, afirma o fundador. Cada detalhe — do atendimento à curadoria — reforça a ideia de que alto padrão nasce da experiência personalizada. É assim que consumidores viram embaixadores.
Depois de anos de expansão, a marca persegue outra métrica: relevância. “Nosso foco não é volume, é profundidade de relacionamento.” A estratégia é clara: preservar o prestígio e o significado de cada interação, garantindo que decisões — de uma collab à escolha de um destilado — permaneçam fiéis à identidade da casa. “Para operar num país de impostos altos, criamos um conceito que vai além do charuto. Incorporamos produtos e experiências mantendo o mesmo nível de exigência.” O resultado dialoga com o alto padrão internacional sem perder a autenticidade brasileira.
Num mundo saturado pelo digital, a Caruso aposta no encontro. O toque humano, o olhar, a conversa: é isso que sustenta a experiência. “A tecnologia aproxima, mas nada substitui estar junto. Nosso propósito é resgatar o valor do tempo compartilhado.” O espaço físico é o palco onde isso acontece.
Se a Caruso coubesse numa palavra, seria pertencimento. “Aqui, não se compra um item — compartilha-se um estilo de vida. É um lugar de quem entende o valor do tempo, da história e das relações verdadeiras.”