5 exposições de arte para visitar em São Paulo
Por Paula Brofman
O circuito artístico de São Paulo está com uma programação imperdível para os próximos meses. Paula Brofman seleciona uma lista com 5 exposições que você precisa conferir.
15 de jul. de 2025
“A Ecologia de Monet”, de Claude Monet, no MASP

Foram sete anos de negociações com instituições para que algumas obras do artista viessem pela primeira vez para o hemisfério sul. São 32 obras que traduzem a profunda conexão de Claude Monet (1840-1926) com a natureza.
Datadas entre as décadas de 1870 e 1920, essas peças revelam diferentes momentos da trajetória de Monet, destacando as transformações ambientais, a modernização da paisagem e as tensões entre o ser humano e o meio ambiente.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico (MASP), Fernando Oliva, curador (MASP) e com assistência de Isabela Ferreira Lourdes, assistente curatorial (MASP), a exposição aborda diferentes aspectos da relação do artista com a Ecologia em cinco núcleos: Os barcos de Monet; O Sena como Ecossistema; Neblina e Fumaça; o Pintor como Caçador; Giverny: Natureza Controlada.
“É inegável que o artista teve um olhar atento para as transformações ambientais de seu tempo, documentando desde a industrialização crescente até fenômenos naturais, como enchentes e degelos. No entanto, a relação de Monet com a ecologia da época era outra, muito diferente das dimensões atuais do termo, tanto no campo das ciências do clima como no da história da arte. Ainda assim, é possível traçar leituras contemporâneas sobre o seu trabalho, especialmente se considerarmos a força e o impacto que sua obra segue exercendo na sociedade’’, afirma Fernando Oliva.
Data: 16/05/2025 a 24/08/2025
Local: MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand: Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista, São Paulo, SP
“Fluxos”, de Laura Vinci no MuBE

O MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia recebe a exposição Fluxos, da artista multimídia Laura Vinci, amplamente reconhecida por investigar a relação entre materialidade, tempo e elementos naturais. Sob a curadoria de Agnaldo Faria, a mostra propõe um diálogo entre arte, arquitetura e ambiente, interagindo com a icônica arquitetura do museu, projetada por Paulo Mendes da Rocha.
A exposição convida o público a desacelerar, a se atentar ao espaço e a ouvir seus próprios sentidos por meio de uma experiência sensorial e contemplativa. Fluxos dá continuidade à pesquisa poética de Vinci sobre os estados de transformação, presença e impermanência, temas recorrentes em sua obra.
A produção da artista transita por esculturas, instalações e intervenções, com ênfase em experiências sensoriais e no uso de materiais em constante transformação.
“Laura Vinci transforma o espaço em organismo sensível. Em FLUXOS, ela faz da matéria um instrumento para pensar o tempo, a impermanência e as forças invisíveis que nos atravessam. Sua obra não se impõe, mas se insinua, instaurando uma escuta do ambiente e uma desaceleração do olhar. O público percorrerá os ambientes do museu ao sabor de uma atmosfera habitada por acontecimentos que provocarão a desaceleração de seus passos; um encadeamento de experiências a um só tempo sensoriais e contemplativas, dele exigindo atenção e escuta.”, comenta Agnaldo Farias, curador da exposição.
Data: 31/05/2025 a 07/09/2025
Local: MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia: R. Alemanha, 221 - Jardim Europa, São Paulo, SP
“Chão é outra palavra para o voo”, de Deco Adjiman na Usina Luis Maluf

A obra de Deco Adjiman parte de uma relação profunda com o corpo, o chão e o ato de caminhar. Seu trabalho propõe uma reconexão com a terra e com o tempo, onde o deslocamento físico e a escuta do ambiente tornam-se ferramentas de criação artística. A partir dessa travessia entre pensamento, matéria e paisagem, o artista desenvolve sua produção, transformando elementos naturais, como pedras, galhos, folhas e terra, em linguagem, memória e ritual. A literatura e a natureza se entrelaçam no processo criativo do artista como forças complementares. Se o chão é onde começa a escuta, a palavra é onde ela se organiza.
Na exposição individual na Galeria Luis Maluf, Adjiman apresenta trabalhos que misturam literatura, coleta e território. Em "Dose de doze", por exemplo, trechos de livros enviados por amigos são encapsulados em garrafas, junto a materiais coletados em portos e mares, compondo uma instalação que evoca travessia, afeto e palavra. A escrita está presente tanto nas palavras quanto nos gestos, mesmo quando não há texto explícito, como se as matérias-primas contassem suas próprias histórias. Sua arte é uma travessia poética entre o sensível, o natural e o simbólico.
Data: 02/08/2025 a 24/09/2025
Local: Usina Luis Maluf: Rua Brigadeiro Galvão, 996 - Barra Funda, São Paulo, SP
“Dani Cavalier: pinturas sólidas”, de Dani Cavalier na Galatea

A Galatea apresenta a primeira exposição individual da artista carioca Dani Cavalier. A mostra reúne obras que fazem parte da pesquisa da artista em torno do que ela chama de “pinturas sólidas”, trabalhos que exploram os limites entre pintura, escultura e instalação por meio da justaposição de blocos de cor sobre tecidos reaproveitados da indústria da moda.
As “pinturas sólidas” partem de elementos da pintura tradicional, tais como tela, chassi, cor e composição, para repensar as tipologias da pintura na história da arte. Em vez de tinta e pincel, Cavalier utiliza retalhos de lycra, propondo uma nova leitura da superfície pictórica.
Data: 10/06/2025 a 02/08/2025
Local: Galatea: Rua Oscar Freire, 379, loja 1, Jardins, São Paulo, SP
“As montanhas”, de Manfredo Souzanetto no Instituto Tomie Ohtake

Com curadoria de Paulo Miyada, o Instituto Tomie Ohtake apresenta a exposição Manfredo Souzanetto – As montanhas. A mostra reúne cerca de 50 trabalhos que percorrem as décadas de 1970 a 1990, entre desenhos, pinturas e fotografias, muitos deles preservados pelo próprio artista por décadas.
A seleção das obras revela a essência do percurso artístico de Souzanetto, cuja produção foi fortemente influenciada por sua origem no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. As paisagens, os minerais e os tons terrosos da região não só marcaram sua infância, mas também moldaram sua linguagem visual ao longo dos anos. A exposição acompanha sua trajetória por cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paris e Juiz de Fora, refletindo um amadurecimento artístico que nunca rompeu os vínculos com suas raízes. Mais do que exaltar a beleza das montanhas mineiras, Souzanetto transforma essas formas naturais em símbolos afetivos e políticos. Suas obras questionam os limites entre pintura, escultura e paisagem, evocando a natureza como memória e resistência. Em tempos de crescente ameaça ambiental, a mostra convida o espectador a reavaliar seu olhar sobre o território, reafirmando a paisagem como uma presença contínua e a arte como gesto de permanência e cuidado.
Data: 13/06/2025 a 03/08/2025
Local: Instituto Tomie Ohtake: Rua Coropé, 88 - Pinheiros, São Paulo, SP